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quinta-feira, fevereiro 09, 2006

1785 - flores todos os dias 

do que me recordo, sempre tive acordares mais ou menos normais. nem muito bem dispostos, nem muito mal. a não ser em fases da minha vida em que as coisas não corriam muito bem, e consequentemente dormia pouco, e a disposição para levantar era mínima.
acontece-me é ficar mal disposta quando chego ao emprego. sem razão aparente, mas ou porque está tudo a falar ao mesmo tempo, e alto, ou porque sei lá mais o quê! mas o que eu quero falar é do acordar.
estava com a maria há pouco tempo, talvez dois, três meses. na altura, as minhas noites eram povoadas de sonhos complexos e cansativos, cheios de angústia pela separação duma actividade e de pessoas que eu tanto gostava. de manhã acordava feita num oito!
uma manhã houve que, em vez de acordar feita num oito, acordei feita num oitenta e oito! e sem pensar, carregando somente o peso da minha incapacidade em lidar com o que senti ao acordar, e misturando tudo no mesmo saco, disse-lhe de forma rude
o que é? queres flores todos os dias, não?
e ela, sem se irritar, responde-me
é isso! nunca me tinha lembrado dessa expressão. mas quero flores todos os dias, sim! porque não mereço menos que isso!
no momento aquela resposta desarmou-me! e foi o suficiente para acalmar. depois, com mais tempo voltei a pensar no assunto e, naturalmente, concluí que ela tinha razão. merece flores todos os dias, sim! e mesmo que eu acorde atravessada, em vez de reagir, ajo. encosto-me a ela. e agradeço ter uma pessoa a meu lado para me refugiar, nas manhãs em que os sonhos procuram resolver por mim, todos os pequenos fantasmas que me povoam.

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