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sexta-feira, abril 30, 2004

pela noite dentro...

vagueio pela imensidão da minha tristeza.
procuro, julgo que em vão, as cordas que me poderão suster deste abismo.
sinto-me numa queda desenfreada
impotente para me redimir.

procuro a tua mão.
tacteio o escuro.
ainda agora te senti respirar,
agitada, na cama.

enrolo-me aos lençóis
desembrulho o que resta deste amor.
a indignidade de querer merecê-lo
e tê-lo
e vivê-lo
quando o deixei de cuidar.

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