aborrece-me que se confunda, sistematicamente, o jogo de futebol com os dirigentes, treinadores, árbitros, jogadores e adeptos.
se perguntamos “gostas de futebol?” respondem “detesto! é só confusão, gente a insultar-se, jogadores que fazem ronha, dirigentes que partem mesas, etc, etc”.
é que não tem mesmo nada uma coisa a ver com a outra.
o jogo é simples, porque simples é o seu objectivo: introduzir a bola na baliza da equipa adversária – o tão desejado golo, que deriva do inglês goal e que significa objectivo.
é a introdução do elemento humano que o torna complexo.

os jogadores… que são fundamentais porque jogam, quando o treinador os põe a jogar, melhor ou pior, assim a táctica, a sua condição física, a sua estrutura psicológica o permitam
os treinadores… que dão a táctica, melhor ou pior, dependendo dos seus conhecimentos, da inspiração dos seus jogadores, da equipa adversária, do desempenho do árbitro, das condições do terreno
os dirigentes… que supostamente dirigem, melhor ou pior, assim sejam as suas ambições, a sua personalidade, os seus conhecimentos práticos da matéria em questão, a sua capacidade de gerir conflitos e impor respeito
os árbitros… que julgam as incidências do jogo, melhor ou pior, consoante a sua experiência, a sua personalidade, a sua condição física, a colaboração dos jogadores, treinadores e dirigentes
os adeptos… que são completamente irracionais na paixão pelo clube, e que são bestiais a apoiar quando a equipa é ganhadora e desesperam, insultam, quando a equipa não consegue dar-lhes o resultado que sublime as suas frustrações do dia-a-dia

misture-se isto tudo, em doses que nem sempre são as equilibradas e espere-se o resultado!
e, no entanto, é um jogo tão simples…


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