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quinta-feira, outubro 26, 2006

2191 - o mEiA vOlTa e... feito no Ante & Post 

andava à procura de uma foto, e fui dar com este texto que deixei no Ante & Post.

teremos, todos, o anjo que merecemos?
conhecíamo-nos há poucos dias. tinha ido a sua casa poucas vezes, embora já lá tivesse dormido.

estávamos na cozinha, a tentar improvisar qualquer coisa para comer, e ouve-se um barulho de qualquer coisa a cair. vindo de outra divisão da casa. da sala, talvez.
fomos investigar. olhámos por todo o lado, à procura de qualquer coisa que estivesse no chão, ou já não estivesse na parede.
descobrimos um quadro, de pequenas dimensões, em cima de uma cadeira. já antigo, com a queda a moldura tinha-se desarticulado um pouco.
ela, sorrindo, disse-me "foi um sinal...".
eu, apreensiva, (nunca gostei muitos dessas coisas, nem crente, nem descrente, antes um bocado medricas em relação a esses assuntos) respondi-lhe "um sinal??" de olhos esbugalhados! um sinal? mas que mulher era esta, por quem eu já estava irremediavelmente apaixonada? queriam ver que era daquelas viradas para o sobrenatural? não! por favor, não! tinha encontrado a minha alma gémea, não podia ser castigada assim!
"sim, um sinal dos meus anjinhos. se calhar da minha mãe. aquele quadro foi ela que o fez..." disse-me ela, serena, com aquele sorriso tranquilo que lhe é tão característico, quando fala de coisas que lhe são caras.
devo ter feito tal ar de espanto e medo, que ela acrescentou "não te preocupes. é um bom sinal!"
eu, cada vez mais desconfortável, apesar do seu sorriso tranquilo, articulei "bom? como é que sabes?", e a minha inquietação aumentava. para além de reconhecer sinais, ela ainda os identificava! oh meu deus, a quem apelei apesar de toda a minha descrença!
"sim, minha querida. se fosse mau o quadro tinha-se partido!"
ah, claro, como é que eu não me lembrei disso? era óbvio! ao mesmo tempo, tentava acalmar-me. havia qualquer coisa nela, que me fazia aceitar aquela conversa sem grandes questões. e acrescentou "não te preocupes! eles não aparecem. andam sempre aqui a acompanhar-me, a mim e a quem me ama e trata bem. e tu tratas-me bem, não tens que ter receio."
na altura, o meu lado prático impôs-se. se ela diz que é assim, porque hei-de duvidar? confio nela para viver a minha vida, confio nos meus instintos, logo ela deverá estar certa.
este acontecimento tem dois anos e tal. desde aí nunca mais tive receio de barulhos e coisas do género. lá em casa é frequente ouvir coisas a estalar - fruto, na maioria das vezes, acredito, das diferenças térmicas, ou da má qualidade das madeiras dos móveis. nem sempre consigo identificar os ruídos. e, quando assim é, olho para ela, sorrio e digo "olha, eles andam por aí!".
não sei se andam, na verdade. poderão andar. e se andarem, a única coisa que testemunham é que, aquela a quem eles velam e cuidam, é uma mulher feliz e amada. e que me ensinou a dar mais sentido ao lado espiritual. e isso deixa-me bem!
(obrigada,
Lilly, pela inspiração do momento!)

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