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segunda-feira, junho 19, 2006

1985 - ir a Roma e ver o Papa 

fui a Roma e vi o Papa. fiz questão de esperar para o ver.
estávamos na praça de S. Pedro para ouvir o Angelus.
(há qualquer coisa nas orações que me fascina. nas igrejas também. gosto daqueles rituais, daquele recolhimento, que nos aproxima mais de nós. nessas alturas tenho pena de não ser crente. faço um esforço, até! já passei há muito a fase da irreverência e de dizer que não acredito em Deus, graças a Deus! não dou graças por não acreditar. até gostava de acreditar. gostava de entrar numa igreja e, com fé, benzer-me, ajoelhar-me perante aqueles altares lindíssimos e serenos, e rezar. com fé.)
o Angelus é uma oração dita ao meio-dia. já a apanhei, por mero acaso, na rádio renascença. e que diz qualquer coisa como isto: o Anjo anunciou a Maria e ela concebeu pela graça do Espírito Santo. pois bem, naquele dia de domingo, não sei se será todos os domingos, foi o Papa himself a dizer a oração. daí ter visto o Papa. e muito sinceramente acho que ter ido a Roma e ter visto o Papa enriqueceu a minha viagem. como ir a Londres e ver a Queen, herself mesma!
não tenho nenhuma cruzada contra a figura, muito menos contra o homem.
não concordo com uma série de posições que, por via dele, a igreja assume, mas não lhe dou importância para isso me chatear. eu nem sou crente. para me chatear com as coisas que ele diz, teria que me chatear com uma série de coisas que ouço e vejo todos os dias.
e como não tenho pretensões a líder, o facto de no dia a dia, aqueles que comigo convivem, aceitarem e entenderem o que sinto e vivo, chega-me.
será pouco? não sei. mas a mim o que me interessa é ser feliz. não fiz nenhum contrato para andar a desbravar o caminho dos outros, por muito que isso possa parecer egoísta, no seu pior sentido. não tenho sequer essa pretensão.
isto tudo a propósito do Papa. e ainda vou mais longe: não creio que uma palavra benevolente da sua parte em relação à homossexualidade, fizesse mudar, assim tanto, a mentalidade dos católicos. essa questão é muito mais profunda que a posição da igreja, só por si. senão, como é que os católicos aceitavam tomar a pílula, usar os preservativos e fazer abortos clandestinos?
às vezes é mais fácil virar baterias só num sentido, só numa figura.
e pronto, eu hoje estou do contra e dá nisto!

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