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quarta-feira, dezembro 28, 2005

1701 - mensagens amorosas ou o mau jeito de discutir com a mulher ao telefone em pleno local de trabalho 

andava às voltas com borderaux bancários quando recebi uma mensagem linda da Maria, ao mesmo tempo que o meu colega tinha uma discussão ao telefone, quase em surdina, com a mulher. daquelas horríveis que na maioria das vezes só se tem ao telefone. porque se prolongam e se repetem as palavras e as argumentações, numa cadência crescente e quase infindável. acho que toda a gente já passou pelo mesmo. discutir ao telefone é das piores coisas que existem. lembro-me que num passado, já não tão recente felizmente, o fiz. e sentia-me sempre impotente para explicar e me fazer entender. e chegava a um ponto em que já só me apetecia, como ouvi ao meu colega, terminar a conversa com um olha, acabou a discussão e desligar o telefone, da forma mais mal-educada e rude possível!
ao telefone, com a Maria só discuto ideias. nunca discutimos coisas pessoais. porque se percebemos que estamos prestes a ter dificuldade de entendimento, adiamos. uma de nós põe travão à conversa. para que o possamos fazer olhos nos olhos, para podermos questionar o que é que a outra quer dizer com esta ou aquela expressão, sem que sejamos interrompidas com um olha, agora não dá para falar mais porque chegou aqui alguém, ou porque o telefone está a tocar, etc, etc.
e para que a conversa termine com alguma conclusão, de forma a não voltarmos a discutir sobre a mesma coisa. é quase ponto de honra!
a vida em comum carece de imensos ajustamentos, e principalmente de bom senso. se eles forem repartidos e sentidos como algo que vai ser bom para as duas pessoas, é mais fácil de eles acontecerem. e evitar-se discussões estéreis. que só magoam. e vão deixando pequenos nós, imperceptíveis um a um, mas que todos juntos, ao fim de algum tempo (meses, anos, pouco importa o tempo cronológico, porque o que conta é o nosso tempo interior), transformam-se num novelo difícil de desatar. porque carregado de ressentimento.

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